terça-feira, 31 de agosto de 2010

Não ao Ato médico




O que é o Ato Médico? 
O Ato Médico é o Projeto de Lei 7703/06, define a área de atuação, as atividades privativas e os cargos privativos dos médicos e tramita no Congresso Nacional. Segundo os críticos ao projeto, ele prevê como privativas do médico algumas atividades que já são exercidas por outras áreas da área da saúde que já estão, inclusive, regulamentadas no Brasil. O projeto teve iniciativa no Senado e foi aprovado na Câmara em 21 de outubro do ano passado. Como sofreu modificações nesta casa legislativa, o PL volta ao Senado e, se aprovado, segue parta sanção do presidente Lula.
RESPOSTA DE UM FISIOTERAPEUTA AO ATO MEDICO
Com o avanço do Ato Médico rumo à aprovação e com minha constante indignação com o fato, resolvi postar a carta que uma amiga me passou do Marco Túlio Saldanha dos Anjos, fisioterapeuta, que pelo visto está tão inconformado quanto eu.

Os questionamentos do Marco são extremamente pertinentes e a mesma situação se aplica às outras áreas da saúde. Leiam e tirem suas próprias conclusões. Se concordarem conosco, peço para que divulguem a postagem, copiem a carta, repassem por e-mail... Enfim, mobilizem-se para que o Ato Médico não se torne uma lei que restringe nossa prática profissional e nos subjugue à classe médica!
ai vai a carta...
''Caros senhores favoráveis ao Ato Médico,


Se o grande problema é "prescrever", por favor, preciso que me prescrevam um tratamento fisioterapêutico para um paciente
de 45 anos com uma tendinopatia crônica do tendão do músculo supra-espinhoso, apresentando calcificação no tendão. Ele apresenta história ocupacional de trabalho com elevação dos membros superiores acima do nível da cabeça (é vendedor de loja de roupas).

Como é ex-jogador de voleibol, desenvolveu lesão do nervo supra-escapular, que culminou numa atrofia do músculo infra-espinhoso. Devido a distúrbios hormonais, desenvolveu osteoporose. Na avaliação, apresentou restrição da mobilidade da cápsula posterior do ombro, fraqueza dos músculos rotadores internos do úmero (grau 3), além de fraqueza de serrátil anterior e trapézio fibras inferiores (graus 4 para os dois músculos). A articulação esterno-clavicular também tem sua mobilidade diminuída.


O que devo fazer, Dr.? Como posso fazer para restaurar a mobilidade da articulação? O que é mais indicado: mobilização articular ou alongamento? No caso de ser mobilização, que grau devo utilizar? No caso de ser alongamento, é preferível o alongamento ser estático ou balístico? Ou seria melhor utilizar de contração-relaxamento? Qual o tempo adequado de manutenção do alongamento? Ou será que é tudo contra-inidcado, devido à osteoporose?


Com relação ao fortalecimento dos rotadores internos do úmero, qual exercício seria mais indicado para fortalecer o músculo sub-escapular, importante na estabilização dinâmica da articulação gleno-umeral? Devo usar thera-band, halteres, resistência manual ou simplesmente realizar exercícios ativos livres?


Com relação ao serrátil anterior qual exercício seria mais indicado?


Push-ups? Protração resistida? Exercícios ativos apenas, simulando atividades funcionais e procurando evitar movimentos escapulares anormais?


Tudo isso? Nada disso? E se ele utilizar de compensações para a realização dos exercícios, como devo proceder?


Com relação ao trapézio inferior, é melhor fazer o exercício contra ou a favor da gravidade? Devo ou não utilizar de movimentos ativo-assistidos?


Qual o melhor exercício? Existe tal exercício?


No caso da restrição da articulação esterno-clavicular, é necessário corrigir essa alteração de mobilidade? Se for, é possível corrigí-la? Como proceder. Tem contra-indicações ou precauções?


Não podemos esquecer-nos de tratar também o tecido lesado (tendão do supra-espinhoso). Ele apresenta dor moderada ao elevar o membro superior D acima de 90 graus, que diminui a praticamente zero ao abaixar o braço. É necessára analgesia? Se for, que forma TENS? Qual a modulação (frequência, comprimento de onda, duração e intensidade)? Ou será que crioterapia é melhor? Em qual forma de aplicação? Por quanto tempo? Ou será que nenhuma analgesia é necessária?


O que posso fazer para estimular o reparo do tendão? US (quantos MHz?


Quantos W/cm2? por quanto tempo? Onde aplicar?), Laser (qual a intensidade? duração? tem contra-indicações?), exercícios (excêntricos, concêntricos, isométricos, resisitidos, livres? quantas séries e repetições? Qual o intervalo entre séries? Quantos RM? Devo fazer todos os dias ou não? É contra-indicado exercício?). Como posso fazer um exercício para supra-espinhoso?"


Por favor, repassem essa mensagem com urgência para todos os médicos com competência para me ajudar, pois estou com o paciente afastado do trabalho por invalidez e continuo aguardando a "prescrição médica da fisioterapia", já que sem a "prescrição médica", segundo o ato médico, não posso fazer nada e nós todos os brasileiros, inclusive os médicos estamos pagando para ele não trabalhar. Não deixemos esse afastametno virar aposentadoria!


Concluindo: Sim ao ato médico, desde que os médicos estudem na faculdade todo o conteúdo que outras 13 profissões da área de saúde têm em seu currículo."
Marco Túlio Saldanha dos Anjos
Fisioterapeuta
CREFITO-4 51246-F 
Para maiores informações acessem o site oficial-http://www.atomediconao.com.br/

Fisioterapeuta é assim...









FISIOTERAPEUTA É ASSIM: 
Não pensa, faz sinapse.
Não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Não toma susto, recebe respostas galvânicas incoerentes.
Não chora, produz secreções lacrimais.
Não espera retorno de e-mail,espera feed back. 
Não perde energia, gasta ATP. 
Não divide,faz meiose. 
Não beija, permuta microorganismos. 
Não se olha no espelho, faz avaliação postural. 
Não tem pigarro, tem tosse improdutiva. 
Não sofre fratura,tem descontinuidade abruta e traumática do osso. 
Não dança, faz cinésio. 
Não se apaixona, tem comportamento de padrão motor ativado pelas reações químicas induzidas pelas respostas emocionais. 
Não respira, faz troca gasosa. 
Não sente dor, tem estímulos nociceptivos. 
Não se espreguiça, faz alongamento. 
Não " malha ", faz movimentos de ação concêntrica e excêntrica. 
Não caminha pela praia, deambula. 
Não leva a colher á boca, faz movimento cinésio-funcional. 
Não corre, executa ação de força...


viu como é magnifico ser fisioterapeuta...
by:franiete

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Necrose de Liquefação

Quando as enzimas intracelulares não são inibidas, os tecidos necróticos sofrem autólise ou auto-digestão. Neste caso há um progressivo amolecimento dos tecidos com conseqüente perda da arquitetura do órgão, caracterizando a necrose de liquefação, patologia muito comum no Sistema Nervoso Central. Freqüentemente as áreas amolecidas são secundariamente invadidas por neutrófilos que, através de suas enzimas, colaboram no fenômeno do amolecimento. Logo podemos admitir dois tipos de necrose de liquefação: uma por autólise (quando as enzimas que lisam os tecidos se originam da própria célula atingida) e outra, por heterólise (quando as enzimas se originam de células estranhas=neutrófilos).associa-se tambem à infecção por agentes biológicos (principalmente bactérias) a um tecido, ou no caso específico da lesão por isquemia ou hipóxia no tecido cerebral (fenômeno ainda não muito bem compreendido).Em tecidos infectados, forma-se um processo inflamatório devido ao recrutamento de leucócitos para neutralizar os microorganismos. Neste caso pode haver lesão e morte celular mediada por toxinas bacterianas ou fúngicas ou então devido ao processo inflamatório, e como o tecido inflamado é rico em leucócitos as células mortas são rapidamente fagocitadas e digeridas. Em todo caso a digestão do tecido necrótico resultará na formação de uma massa residual amorfa, composta por pus caso a necrose seja resultado de uma infecção aguda e haja presença de leucócitos mortos.
Achados à microscopia óptica
->Completa destruição da arquitetura tecidual.
->Transformação do tecido em uma massa amorfa (daí o termo liquefação).




Necrose de liquefação em parede de abscesso. É característico nesse tipo de necrose a presença de neutrófilos. A necrose liquefativa é observada pricipalmente em tecidos agredidos por bactérias.

Necrose de Coagulação ou Isquêmica

É o padrão mais comum de necrose e se caracteriza pela conversão da célula num "arcabouço" opaco. Ocorre devido à perda do núcleo, mas com a preservação da forma celular básica, permitindo o reconhecimento dos contornos celulares e arquitetura tissular. Usualmente, é o resultado de isquemia grave e repentina, em órgãos tais como o coração e rim. Presumivelmente, o padrão resulta da desnaturação, não só das proteínas estruturais como também das proteínas enzimáticas, devido à queda acentuada no pH celular durante o processo de lesão por hipóxia ou isquemia. Com isso o citoplasma celular se torna bastante eosinofílico e como a maioria das enzimas autolíticas foram desnaturadas a célula não é destruída e a arquitetura tecidual é mantida por alguns dias até digestão e remoção do tecido necrótico por leucócitos. O tecido morto perde água sem se decompor e se torna firme, opaco, pálido e seco. É a conseqüência da interrupção da circulação do sangue a uma área limitada de órgãos.Este tipo de necrose é visto quando há uma isquemia ou hipóxia em qualquer tecido (exceto o tecido cerebral, que neste caso desenvolverá uma necrose de liquefação que falarei sobre ela em outro momento - por ser rico em lipídeos, que não sofrem coagulação). Outra grande característica da necrose de coagulação é a perda do contorno nuclear das células (cariólise, ou perda de basofilia nuclear) devido á quebra inespecífica do DNA (provavelmente pela ação de uma DNase lisosssômica). Pode haver também no mesmo tecido necrótico células com núcleo muito condensado e basofílico (núcleo picnótico) ou células com núcleo picnótico e fragmentado (cariorréxis).


Características visíveis ao microscópio óptico:
->Manutenção da arquitetura geral do tecido.
->Perda da nitidez dos elementos nucleares das células (cariólise).
->Algumas células apresentando núcleo picnótico, ou seja núcleos extremamente condensados e fortemente corados por hematóxilina(fortemente basófilos).
->Alguns núcleos picnóticos fragmentados, tomando um aspecto granular, fenômeno chamado de cariorréxis.


Necrose por coagulação em infarto isquêmico de baço. Nesse tipo de necrose, é possível ainda visualizar o contorno celular (setas), apesar de a célula já estar sofrendo um processo de lesão irreversível. Observam-se nesse campo núcleos com diferentes estágios de alteração morfológica.